No Brasil a escolarização de estudantes com algum tipo de deficiência em escolas e classes comuns tem sido discutida de forma mais incisiva nas duas últimas décadas, fruto de um movimento que busca mudanças paradigmáticas em todo o sistema educacional, objetivando desenvolver uma educação que seja democrática no sentido pleno do termo. Adjetivamos esse movimento de INCLUSÃO, que tem como premissa básica o compromisso que a escola deve assumir com a educação de cada estudante, contemplando uma pedagogia que atenda toda e qualquer diferença. A surdez é uma condição de diferença, que entre outros aspectos, influencia de maneira geral o desenvolvimento da linguagem e diretamente o desenvolvimento da língua. O sujeito surdo desenvolve como língua materna a língua de sinais e a utiliza como principal meio linguístico para aquisição de conhecimento. A partir  dessas reflexões nos propusemos a desenvolver uma pesquisa de campo com o objetivo de analisar a visão do professor da classe comum que tem em sua turma um estudante surdo, uma vez que essa realidade é relativamente nova em nossas escolas. Realizamos uma pesquisa de abordagem qualitativa e como procedimento metodológico utilizamos o Estudo de Caso. A coleta de dados foi realizada por meio da entrevista semiestruturada, a partir de um roteiro previamente elaborado. Os dados foram analisados através da análise de conteúdo. Os resultados mostram que existem muitos limites para a efetivação da inclusão escolar do estudante surdo como, entendimento por parte do professor do direito de todos os estudantes frequentarem classes comuns, formação para os professores das classes comuns, conhecimento da língua de sinais por todos os envolvidos no processo pedagógico, falta de recursos físicos, matérias e humanos, envolvimento da família no processo educacional, entre outros. Conclui-se que embora sendo dados específicos, considerando que este foi um estudo de caso, esses dados apontam para muitos aspectos que requerem modificações efetivas para que a escola consiga dar respostas adequadas a todos os estudantes, incluindo as minorias, como os surdos.