A linguagem e a comunicação são desafios no processo de desenvolvimento dos sujeitos com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Especificamente, diante de prejuízos na oralidade, surge a necessidade de buscar meios alternativos e suportes interdisciplinares como recursos para auxílio. Este estudo aborda um desses suportes. Refere-se a um programa de intervenção metatextual, denominado PRONARRAR, voltado à produção de histórias que tem como estratégia principal o uso de uma sequência de quatro gravuras temáticas (cenário, tema, enredo e resolução), para aprimorar a estrutura dessa produção, seja ela oral ou escrita. Objetivou-se identificar os efeitos do uso do PRONARRAR vinculado a adaptações com o sistema de Comunicação Suplementar e Alternativa (CSA). Foi realizada uma pesquisa qualitativa com dois sujeitos com TEA não oralizados, ambos com a idade de seis anos, um da rede municipal de uma cidade de pequeno porte do norte do estado do Paraná e outro da rede municipal de uma cidade de médio porte do centro-oeste do estado de São Paulo. Utilizou-se uma história de nível fácil do PRONARRAR previamente adaptada com o uso do software Boardmaker. A pesquisa se desenvolveu no segundo semestre do ano de 2017, cumprindo todos os critérios éticos em pesquisas com seres humanos. Em média foram realizadas seis intervenções, na primeira contou-se a história com as gravuras do programa e a partir da segunda a adaptação com a CSA foi introduzida simultaneamente. Verificou-se que as estratégias do PRONARRAR associadas à adaptação com os recursos da CSA possibilitaram o reconto da história pelos sujeitos e consequente melhora nos aspectos comportamentais típicos do espectro, como interesse restrito, baixa concentração, atenção reduzida, agitação e irritabilidade. A associação do uso do PRONARRAR com a CSA é enriquecedora para o desenvolvimento da comunicação dos sujeitos com TEA não oralizados e têm se tornado um vasto campo de pesquisa a ser explorado.