Última alteração: 2018-04-12
Resumo
Introdução: O desenvolvimento da criança está relacionado a interação com o meio social. Elas aprendem com a imitação através das situações que vivenciam. Grande parte da aprendizagem e da construção de conceitos vem do aporte visual. Quanto ao cego, é preciso alternativas para essa construção. Contudo, a falta da visão deve ser ocupada pela experiência sensorial, sobretudo a tátil. Portanto, é fundamental proporcionar novas formas de participação e interação, a fim de que, a experiência vivida transforme-se em construção de conceitos, são os elementos da experiência que vão fornecer interpretações sobre o objeto e o mundo. Objetivo: discutir sobre a aquisição de conceitos em crianças cegas e a promoção de experiências para essa construção. Método: o relato de experiência trata da construção de conceito a partir de um texto literário sobre um caramujo e, então, trabalhado este conceito a partir da experiência de forma a proporcionar um diálogo entre teoria e as observações coletadas na experiência. Foi realizado com crianças cegas sem outros comprometimentos associados, estudantes de uma classe de primeiro ano do ensino fundamental, numa escola especializada em educação de cegos. Resultados: o conceito foi melhor desenvolvido e apropriado pela criança cega quando além da descrição auditiva houve a base de um elemento tátil. Para o cego, o tato é tão importante quando a visão, daí a importância da experimentação. O que a criança ouve e toca são pontos de apoio para a formação de conceitos. Conclusão: há uma dependência entre apropriação cultural, experiência e formação de conceitos, sendo mais completa quando a experiência é vivenciada. Especialmente para o cego, a aquisição de conceitos é um processo em aberto, como uma aprendizagem contínua ao longo da vida, ou seja, quanto mais vivencia, experiência, repertório o sujeito vai adquirindo, mais ele vai sendo moldado.