Estudos sobre a percepção das diferenças são considerados essenciais para analisar as formas encontradas pelas sociedades para segregar ou inserir pessoas em grupos. As diferenças que importam ou as que servem para segregar, são aquelas que levam sujeitos a uma condição de descrédito social, pois são percebidas pelos demais como desvantajosas em relação a um grupo social. Contudo, para que a emancipação das pessoas com deficiência se concretize, a educação desses sujeitos não pode ser esvaziada de sentido, muito menos desprovida de intencionalidade, a qual manifesta-se em práticas que valorizam a repetição de ações que supostamente constroem competências. A instrumentalização deve ser aparada pela mediação do outro, valorizando a socialização do saber historicamente produzido, ao basear-se na constante reflexão desses sujeitos sobre os problemas reais de uma realidade que se localiza nas necessidades de sobrevivência orgânica e também social. O presente estudo tem como objetivo analisar a trajetória educacional e profissional das pessoas com deficiência, verificar as principais dificuldades nesta, suas perspectivas para a inclusão e expectativas futuras. Participaram do estudo três participantes com deficiência, todos funcionários públicos municipais de uma cidade do interior do Estado de São Paulo. Foram realizadas entrevistas com os participantes, para tal foi elaborado um roteiro, com questões relacionadas às características pessoais, à trajetória escolar, atuação profissional, inclusão social e expectativas futuras. A análise proveniente das falas dos participantes, revelaram-se ser necessários para iniciar um processo de compreensão da inclusão social de pessoas com deficiência. Com as vivências relatadas por meio das entrevistas, foi possível observar a participação ativa das pessoas com deficiência com relação ao trabalho, rompendo com o entendimento de incapacidade e a, consequente, segregação desses sujeitos.