Última alteração: 2018-04-16
Resumo
Uma família nascida em mil novecentos e noventa, depois do nascimento da primeira filha deste casal o segundo filho não esperado nasceu em mil novecentos e noventa e quatro. Uma criança de olhos fixos e sem vivacidade, sem leite materno, alérgico a leite de vaca e sua evolução seguia precária, não ganhava peso, teve o diagnóstico de caquexia e um decreto de morte por um médico especializado que deu oportunidade para este bebê de três meses viver. Fases tumultuadas, família em cacos, casal já não mais se entendia, tristeza e depressão materna. Recados dados por familiares, tios, tias e avós eram assim: “Não venha na minha casa, quando vir na minha casa venha sem seu filho”. Para festas não recebia convites e se recebesse não era para levar o filho autista, pois não sabia se relacionar, interagir. As pessoas vinham até a mãe, ensinar-lhe com palavras como bater em seu filho para educar, porque o que faltava era chinelo. Esse filho autista, que quebrava tudo dentro de casa, jogava os pertences e tudo o que bem entendia como, roupas, telefone, relógio, panelas, copos, facas dentre outros, pela vizinhança. Muito agressivo. Em busca de ajuda terapêutica, após consulta a muitos médicos, somente após seis anos uma psiquiatra o diagnosticou autista. A mãe por profunda depressão não acompanhou o filho por alguns anos. Retomando, tempos depois, o conhecimento em congressos, submeteu o filho autista a várias consultas médicas, fez o que era possível com o que também estudou para lhe ajudar. O filho conseguiu alguns sucessos, mas frequentou escola pública sem mérito, com dezesseis anos foi para APAE e com vinte e um para o SENAI. A família de quebra cabeça não está preparada para T., hoje com vinte e três anos, a única conquista é pertencer.