Introdução: as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Medicina preveem o desenvolvimento de habilidades de comunicação, essenciais para um atendimento em saúde mais humanizado. Objetivo: relatar a experiência de um curso de Língua Brasileira de Sinais (Libras) ministrado a estudantes de medicina e enfermagem de uma faculdade do interior paulista, com intervenção prática de Educação em Saúde numa comunidade de surdos. Método: Participaram trinta estudantes do primeiro e segundo ano do curso de medicina e enfermagem e vinte e cinco surdos de uma cidade do interior paulista. O curso aconteceu por meio de doze encontros semanais com duração de uma hora e meia cada. Os temas abordados foram aspectos básicos da comunidade surda, da Libras, anamnese, coleta de história clínica com abordagem biopsicossocial, doenças mais prevalentes na região e promoção da saúde. A intervenção de Educação em Saúde se deu ao final do curso por meio de breves palestras elaboradas e ministradas pelos estudantes aos surdos, com duração total de 2 horas. Os alunos foram divididos em pequenos grupos e após sua explanação sobre tema em Libras, foram feitas perguntas pelos surdos, com interpretação da professora de Libras, quando necessário. Além disso, os alunos realizaram aferição de pressão arterial e glicemia dos surdos que quiseram. Os temas abordados foram doenças incluídas em programas nacionais de prevenção, como Hipertensão, Diabetes e Obesidade. Resultados: a experiência mostrou sensibilização dos estudantes frente às dificuldades comunicacionais enfrentadas no atendimento de surdos e maior interesse pela Libras. Os surdos tiveram acesso a informações básicas de saúde que por vezes não chegam até eles. Conclusão: a experiência foi positiva e a partir dela, está sendo desenvolvido um projeto de pesquisa, que pretende avaliar de modo mais criterioso os efeitos deste tipo de intervenção nas atitudes sociais dos estudantes e na comunicação entre eles e os surdos.