Última alteração: 2018-04-02
Resumo
Introdução: A educação de alunos surdos traz desafios, com resultados nem sempre satisfatórios, do ponto de vista acadêmico. Tratando-se de crianças surdas com implante coclear a situação torna-se ainda mais complexa, pois essa tecnologia não garante a todos um desenvolvimento satisfatório da linguagem oral. Objetivo: O estudo teve como objetivo acompanhar o desenvolvimento de linguagem de dois alunos surdos com implante coclear que aprenderam Libras tardiamente. Método: Participaram do estudo dois alunos surdos do gênero masculino, identificados neste trabalho como A1 e A2. Os dados foram obtidos por meio de registros de observações na escola, reuniões e discussões com os professores e acompanhamento do desenvolvimento de linguagem dos alunos desde a Educação Infantil até o 6º ano do ensino fundamental. Resultados: Os alunos ingressaram no 1º ano do ensino fundamental sem o domínio da língua oral, comunicavam-se por meio de gestos, vocalizações, palavras isoladas e tiveram acesso a Língua de Sinais tardiamente, pelo fato das famílias não aceitarem. A1 iniciou a aprendizagem de Libras com sete anos e A2 com oito anos. Atualmente cursam o 6º ano do ensino fundamental, estão incluídos na mesma classe, contam com o apoio do intérprete de Libras na escola e frequentam o atendimento educacional especializado. Constatou-se que adquiriram fluência em Libras, mas o acesso tardio a Língua de Sinais causou atraso na aquisição da escrita. Conclusão: O ensino de Libras e o apoio do intérprete de Libras na escola possibilitou aos alunos surdos o desenvolvimento de uma língua e auxiliou o processo de inclusão escolar. Sendo assim, é necessário conscientizar as famílias sobre a importância do ensino de Libras para o surdo em idade precoce e assegurar o acesso à Língua de Sinais para a criança surda e sua família.