XIV JORNADA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL E II CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA, XIV JORNADA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL E II CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA

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RELATOS DA ESCOLA INCLUSIVA: O QUE CRIANÇAS E ADOLESCENTES QUE NÃO APRENDEM PENSAM SOBRE SUAS DIFICULDADES ESCOLARES?
CAMILA FERNANDA DA SILVA

Última alteração: 2018-04-13

Resumo


Apresentamos os resultados referentes à uma pesquisa sobre as concepções de crianças e adolescentes com dificuldade de aprendizagem a respeito do não aprender. Constantemente, no contexto acadêmico e escolar, ouvimos falar que muitos alunos não aprendem. Todavia, ainda que se ouça falar muito sobre esses alunos, ditos com dificuldades de aprendizagem, em nenhum ou em raros os momentos há a preocupação de ouvi-los, uma vez que temos a prática social e cultural de desconsiderar o que as crianças e adolescentes têm a nos dizer, sobretudo, aqueles rotulados por algum motivo, deixando-os calados diante de uma realidade social da qual também fazem parte. Nesta pesquisa, entretanto, com base nos trabalhos da Epistemologia Genética de Piaget (1979) e nos estudos sobre o conhecimento social de Delval (2002), objetivamos investigar como se constituem e evoluem as representações infanto-juvenis acerca da não aprendizagem, buscando compreender, por exemplo, como são consideradas as questões e os diferentes fatores envolvendo o aprender/não aprender. Objetivou-se investigar as ideias de estudantes sobre a aprendizagem e a não aprendizagem. Participaram do estudo 40 escolares entre 06 e 16 anos, com queixas de dificuldades de aprendizagem, matriculados em escolas públicas de uma cidade do interior do estado de São Paulo e submetidos a dois instrumentos metodológicos: 1) a realização de um desenho em que se retratava uma pessoa que aprende e outra que não aprende; 2) a análise de uma história envolvendo uma situação de não aprendizagem. Os dados obtidos apontam crenças bastante específicas construídas pelos participantes, características, para a grande maioria, do nível mais elementar de compreensão da realidade social. A análise mostra a visão que o aluno que não aprende possui de si mesmo, bem como uma construção pouco elaborada de um conteúdo social bastante familiar. Defendemos que numa sociedade inclusiva todos os alunos têm o mesmo direito a aprender por meio de uma educação de qualidade que propicie oportunidades aqueles com dificuldades, oferecendo-lhes desafios que instiguem e motivem a construção de novos saberes. Conhecer, portanto, o que as crianças e adolescentes pensam sobre suas próprias dificuldades de aprendizagem, torna-se parte primordial de um processo de ensino, essencialmente, inclusivo.


Palavras-chave


Educação Inclusiva; Dificuldades de Aprendizagem; Prática Pedagógica Inclusiva