XIV JORNADA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL E II CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA, XIV JORNADA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL E II CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA

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DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM NA CRIANÇA COM CEGUEIRA CONGÊNITA:UM ESTUDO DE CASO
Marta Cristina Rodrigues

Última alteração: 2018-04-12

Resumo


Resumo: Este relato de experiência é resultado do trabalho desenvolvido com duas crianças com cegueira congênita, numa sala de atendimento educacional especializado para crianças com deficiência visual na cidade de Santana de Parnaíba, região metropolitana de São Paulo nos anos de 2013 e 2014. Objetivo: Discutir o desenvolvimento da linguagem na criança cega, assim como conhecer as singularidades e especificidades desse desenvolvimento a partir das vias de percepções oriundas dos sentidos remanescentes e ausência da visão. Método: O método utilizado foram os registros escritos e áudios colhidos a partir das observações durante o período de atendimento que teve duração de dois anos.  Os atendimentos eram semanais de aproximadamente com duração de duas horas. O grupo era composto por duas crianças cegas congênitas, sendo uma com cinco anos e outra com seis anos. Resultados: Ao iniciar os atendimentos, observamos que o vocabulário das crianças atendidas era constituído por palavras que se baseavam na repetição de vocabulários inerentes ao mundo imagético, da pessoa vidente, na maioria das vezes, reproduzidos a partir da imitação. Identificamos a presença de verbalismo, a dissociação do significado da palavra de sua matéria sensorial correspondente, uma compensação muitas vezes vista como insuficiente para a falta de representação da realidade. Conclusão: Constatamos que de acordo com as suas especificidades e formas de compreender o mundo ao redor, a criança cega congênita constrói seu sistema de significação e adquire conhecimentos através das experiências sensório-motoras vivenciadas e experimentadas, assim como, a aquisição da linguagem terá como aliada a memória, respaldada nas informações auditivas, olfativas, cinestésicas e táteis. A experiência perceptiva possibilita a identificação, nomeação e classificação dos objetos no contato com diferentes materiais, estruturas, formas e tamanhos, que servirão de base para a organização do significado conceitual e a construção de novos significados.


Palavras-chave


Linguagem; Cegueira congênita; Formação de conceitos.