Última alteração: 2018-04-12
Resumo
Introdução: o nascimento de um filho é um momento de alegria e celebração para a família, mas também cercado de expectativas. Quando da informação que o filho nasceu com a malformação congênita lábio palatina os alicerces emocionais se desestruturam. As fissuras lábio palatinas (FLP) são malformações congênitas que afetam a região da face, onde não há o fechamento dos tecidos do palato duro e mole (céu da boca) e boca (lábio superior) permanecendo abertos como uma fenda, havendo comunicação entre ambas, provocando escape de ar pelo nariz e, consequentemente a voz nasalizada. As fissuras embora comuns na população, a exploração sobre o tema ainda se centram nos procedimentos cirúrgicos e de reabilitação e quando relacionam às famílias, estes priorizam as questões de alimentação, amamentação, cuidados maternos, tratamentos. Objetivo: destacar algumas opiniões da família sobre seus filhos com FLP em seu processo de escolarização. Método: optou-se por um estudo exploratório. Os dados foram coletados utilizando-se entrevistas com roteiro de questões com perguntas abertas e fechadas. Duas mães e duas avós responderam à pesquisa. Resultados: Os relatos apresentados neste artigo foram recortados de um corpus de dados mais amplo e detalhado. O processo de escolarização da criança com FLP foi o foco da análise dos relatos e revelaram algumas dificuldades enfrentadas pelos filhos/netos com FLP na escola: a discriminação sofrida pelos colegas, a defasagem série/idade cronológica e as dificuldades da família de trabalhar em conjunto com a escola na superação dos desafios enfrentados pelas crianças. Conclusão: Tornam-se necessárias discussões conjuntas (escola e família) sobre as condições da criança com FLP na escola, na busca de esclarecimentos e de estratégias para evitar a repetição de situações constrangedoras. A escola e a família têm papel importante no estabelecimento de uma parceria, de maneira que as diferenças das crianças sejam aceitas com naturalidade.